sábado, 4 de outubro de 2014

iolanda


Foi ladeira acima e abaixo por Olinda que encontrei Iolanda, neozelandesa radicada em Luanda, a linda moça-neve e seu balão azul. Trazia nos olhos mil perguntas sem respostas, e dentro do peito um coração lotado de amores impossíveis. As dores, meras bailarinas tristes dentro do seu sorriso solar, nuvens que passam ao vapor dos ventos. Falou-me de seus dias, das noites acesas, incensos sem som. Da possibilidade que viu quando lá no fundo do poço alguém lhe jogou uma corda, a ponta do fio, da meada, da tal felicidade, e qual não foi o susto posto que a mesma corda pela mesma mão lhe enrolou o pescoço.
Iolanda no seu oceano de angústias viu-se traída pelo próprio coração, esse mago trapaceiro que nos aponta oásis no deserto, ao certo, sempre, armadilhas com cheiro de flores, um mar de falsos amores, e basta um mergulho, vem as dores. Iolanda me deu sua mão, e pude ver na linha de sua vida rumores de sorte no jogo do amor. Iolanda tem a mão fria e o coração, estrela cadente que lhe rufa no peito. Para Iolanda, penso, a vida ainda tem jeito.



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